Não alfabetizes as palavras.
Lê-as uma por uma, meu amor,
e solda o sentimento ao que elas
juntas e despidas te dizem.
Lindo o verso
faz-se do alfabeto momentâneo
que desejamos liricamente
folheando o livro dos sinónimos.
Mas o poema
esse organiza ou ressuscita
visceral consoante a humildade
com que somos mexoeira do fértil chão
o legível som exterior do xitende
o plasma longínquo dos tambores
ou a espancada
consciência do homem vivo.
José Craveirinha
Moçambique
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