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30.11.10

Para todo o sempre


O Poeta morre,
mas não cessa de escrever.

Enquanto escreve,
vive
ressuscitando fugidias horas
mudadas em auroras...

Uma pequenina flor,
pisada por quem passa,
é agora
um milagre de cor,
uma negaça
de mil desejos...

E os beijos
que nunca foram dados,
tornados tão reais...

Aquela borboleta
arrasta
infindas primaveras
no seu voo fremente...

- Uma palavra mais,
Poeta!
Uma palavra quente!
Uma palavra para todo o sempre!

Saúl Dias