que vozes inóspitas do coração rompem
à procura da estrela da madrugada?
que conivência é esta? e que aves irrompem
desta muralha de zinco sem passagem?
que mão presa é esta? que excessivo horizonte
de musgo ou barro manso ou talvez nada?
que aspereza é esta? que indigência de som
por pistas nem reais (só simuladas)?
ó escondida fúria de águas mansas
de sol sem viço e pedra e rama escura
de velhas curvas árvores tão dobradas:
aqui num rio de sombra aqui secura
um animal mortífero se insinua
do sono à madrugada tão esperada!
João Rui de Sousa